VIDA DO HOMEM DE DEUS.

Ele acorda, levanta, ajoelha e ora, louva, consagra, jejua, exorta, sorri e chora.
Aprende, ensina, repreende, consola e abençoa.
Glorifica, prega, unge, visita, compreende e perdoa. Semeia, cultiva, colhe, alimenta e oferece.
Acalenta, socorre, profetiza, peleja, vence e agradece.
Santifica, ouve e cala. Dá, recebe, restaura, triunfa, edifica, sente e fala.

Vida do verdadeiro pastor...
Olha o relógio, já está atrasado!
Ele não tem carro, pega um ônibus apertado.
Vai ao hospital, presídio, velório, seja onde for, em busca da ovelha perdida, pois ele é um pastor.
Seu corpo cansado aguarda a hora de ir para a cama.

E quando isso acontece, logo o telefone chama.
Levanta apressado e reconhece a voz do outro lado.
É a ovelha aflita que precisa de cuidado.
E lá se vai o pastor, levando consolo ao coração aflito.
Dos seus olhos rola uma lágrima no lugar do grito.
É a dor que se transforma na alegria da compensação por ter sido escolhido
para tão sublime missão.

É tarde quando volta para casa, e nesse momento a esposa diz:
“Hoje é o nosso aniversário de casamento.”
O clima de festa, a mesa arrumada... mas a comida esfriou... e sem jeito diz:

“Perdoa, meu amor, esta é a vida do homem de Deus no Altar.”

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O ABORTO

O aborto no Brasil é considerado crime, exceto em casos de estupro ou risco de vida à mulher.
O fato de ser considerado crime não desestimula a mulher a se submeter a essa prática. Anualmente, estima-se a realização de mais de um milhão de abortos no País, realizados em condições inseguras e humilhantes para a mulher, com consequências de graves danos à saúde e até mesmo a morte.
As mulheres que mais sofrem com esse problema são as mais pobres e as afro- descendentes, portanto, um problema também de justiça social e de direitos humanos.
Eu me lembro da época em que estava de plantão no pronto-socorro de um hospital público, e que quando chegava alguma paciente com sangramento, indicando abortamento incompleto, percebia a discriminação que ela sofria por parte de toda a equipe de saúde. Ouvia-se comentários do tipo: para ficar grávida não pensou, só gozou, agora vem chorar!; e essa paciente era humilhada, aguardava calada durante horas para ser atendida, muitas vezes, sendo feita a curetagem sem anestesia, e ouvindo toda a sorte de repreensões.
Além disso, mesmo quando a paciente registra um Boletim de Ocorrência e consegue uma ordem judicial para a prática do aborto, o médico pode se recusar a cumprir por razões pessoais. Começa então uma verdadeira peregrinação à procura de um médico que atenda essa paciente.
O que acontece na realidade são os abortamentos provocados através de quedas, introdução de objetos no útero (agulhas, arames, cabides) ou de substâncias cáusticas, em ambientes inadequados.
O problema é grave e complexo e não se resume à esfera penal ou religiosa, e sim à questão social, cultural, econômica, política, de saúde e direitos da mulher.
Eunice Higuchi - Médica

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